Observador do Planeta

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Vidas importam. Sempre!

segunda-feira, 27 de junho de 2022


Observo que a bússola moral das pessoas anda precisado de uma aferição mais apurada. Alguns modernismos têm afetado o senso de humanidade de gente comum; e certos (ou 'errados') emissores de opinião têm se valido de sua própria capacidade de convencimento para tornar 'opinião pública' a sua, pessoal. Ou a daqueles para quem trabalham, por ideologia ou a soldo, agindo então como gurus de mentes facilmente permeáveis.

E é triste constatar que uma das noções prejudicadas por esse mau funcionamento da percepção ética seja justamente a vida. A essência da existência humana vem perdendo o sentido e, mais do que isso, o valor, para indivíduos que agem contra ela, dizendo protegê-la.

Vidas importam. Não cabem adjetivos, entre o substantivo feminino plural e a terceira pessoa do plural do presente do indicativo. Não há especificidades nem condições que possam restringir o sujeito da frase. Não pode haver, se essa importância for autêntica. Ou então será só uma frase de efeito, adornando cartazes ou dando cores pálidas a algo vazio de conteúdo.

O que é que a gente fez da vida?

... 

Dois fatos dramáticos estão em pauta, no comentário de hoje. Duas sentenças de morte: uma, no ventre, decretada por burocratas da justiça brasileira; e outra, na rua, estabelecida pelo crime organizado, protegido pela irresponsabilidade dessa mesma justiça. Um deles resultando uma cobertura jornalística viciada, feita por gente incapaz de apurar, analisar ou escrever valendo-se da melhor visão possível dos fatos, para ser minimamente fiel à verdade. Outro pendendo para esse mesmo lugar-comum, das conclusões precipitadas oferecidas por especialistas de ocasião, entre uma talagada e um tira-gosto.

No início de maio, a juíza Joana Ribeiro Zimmer, da comarca de Tijucas, cidade 50 quilômetros ao norte de Florianópolis, em Santa Catarina, decidiu não autorizar um aborto numa menina de onze anos e o caso ganhou rápida repercussão em todo o Brasil. A grande mídia, entretanto, sonegou informações cruciais que permitissem a correta avaliação do caso.

Uma outra criança, um menino de treze anos do círculo de convivência da menina, foi quem a engravidou. Essa primeira informação, preciosa, foi omitida de modo deliberado das reportagens. Essa circunstância, da idade do garoto, descaracteriza legalmente o crime de estupro e, assim, esvaziaria o clamor dos ativistas para que se fizesse um aborto.

Por ter agido na proteção da gravidez da criança, inclusive com a indicação de que a menina fossa mandada a um abrigo para evitar a realização do procedimento, a juíza está sendo alvo de todo tipo de prejulgamento pelos abortistas e, ainda, fica sujeita a sanções disciplinares, em virtude de sua decisão. Que estava técnica e humanitariamente correta! Como mulher, soube decidir e teve a coragem de fazê-lo, com dignidade.

O Ministério Público de Santa Catarina e a Segunda Promotoria de Justiça da Comarca de Tijucas, contudo, em 'proteção' à criança (mais ou menos como quando 'protegeram' nossas vidas, nos cerceando a liberdade de locomoção e de trabalhar e nos coagindo à vacinação compulsória), determinou o aborto.

E assim, para o regozijo das feministas de sovaco peludo e peitos caídos, a extirpação de um bebê com sete meses de vida, de dentro do útero de uma jovem mãe, foi feita. Queira Deus que ela possa, um dia, ter a bênção da maternidade.

Meu corpo, minhas regras... Não! Neste caso, foi corpo da menina inocente, regras da burocracia.

A outra sentença de morte se deu no Rio de Janeiro. Um assalto ousado a um dos shoppings mais luxuosos da cidade resultou a morte de um vigilante. Jorge Luiz Antunes, de 49 anos, fazia um trabalho extra de segurança, no Village Mall, na Barra da Tijuca, na manhã deste sábado 25, quando foi mortalmente alvejado em meio ao tiroteio provocado por doze assaltantes fortemente armados. Para roubar uma joalheria, os bandidos (ah, a mídia os chama de 'suspeitos' e o Lula, de 'meninos'), fizeram reféns para sair do shopping.

O portal G1, que a gente cita mais por (mau) hábito do que por credibilidade, assinalou que a família teria dito, no IML, que ele 'não tinha formação de segurança'. É a extrema imprensa já sentenciando o caso: o culpado é a própria vítima, o shopping é conivente e o assalto teve a sua lógica, já que, naquele suntuoso templo de consumo, os meninos do cachaceiro se viram contaminados pelo capitalismo.

Tivemos uma candidata a governadora, amiga do bebum, que teve a pachorra de dizer isso, quatro anos atrás.

Jorge Luiz estava desempregado havia cinco anos. Era casado, tinha quatro filhos e deixou de comparecer ao aniversário do neto para ganhar os R$ 180 da diária, um turno de 12 horas, que cumpria.

O Disque-denúncia do Rio está oferecendo R$ 50 mil por informações que levem à captura dos doze assaltantes. O telefone é 2253-1177.

A vida sem valor para engravatados servidores públicos, cuja função, no âmbito da justiça, deveria ser prezar o bem-estar da sociedade. A vida sem valor para vagabundos, que proliferam sem controle e agem sem a devida inibição por parte da autoridade.

A vida sem valor.

Que as vidas do bebê da menina e de Jorge Luiz não tenham se perdido em vão. Que nos sirvam de aviso, um chamamento a todos os brasileiros, pela participação ativa nos destinos do país onde vivemos e para o qual queremos um bom futuro. Um futuro em que a violência institucionalizada, nas ruas em geral e em algumas cortes em particular, tenha fim.

Você está conosco nessa cruzada pela vitória do Brasil do Bem?

...

Comentário simultaneamente publicado no Observador do Planeta e exibido em vídeo no YouTube, no canal InstantNews.1. 

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