Observador do Planeta

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Ecobabaquices

segunda-feira, 6 de junho de 2022


Observo que o agronegócio brasileiro está sob ataque. E, não por acaso, a postura do atual governo com relação à Amazônia, também. Tudo de caso pensado e de maneira concomitante e coordenada. Somos acusados de destruir a Natureza para aumentar as áreas de pasto e plantio, tanto quanto do pretenso abandono da floresta, com o agravante do aviltamento da soberania dos povos indígenas.

O que estaríamos fazendo de tão errado, que nos torna dignos da execração pública de ambientalistas e chefes de governo, a priori, respeitáveis e ciosos de suas responsabilidades para com a grande aldeia global que habitamos? Somos mesmo esse país desprezível que essa gente, lá fora, e até filhos da terra, aqui dentro, condenam, de forma tão vil?

Quem critica, igual a quem desdenha, quer comprar?

...

Está cheio de cientistas por aí, dando palpites em relação ao trato com os recursos naturais do Brasil. Lembram muito os especialistas de botequim que povoaram os estúdios de televisão, para aconselhar sobre o bichinho xinguelingue e as picadinhas que deveriam acabar com o bichinho xinguelingue, mas não acabaram com o bichinho xinguelingue, embora tenham acabado com um bocado de gente que acreditou que ficaria livre do bichinho xinguelingue.

Os cientistas de ocasião, galgados até a professores 'horroris causa', vêm emitindo todo tipo de senões, por uma razão ou por outra, ao verdadeiro trabalho técnico, bem feito, tocado por gente que estudou e sabe o que está fazendo. Lá no campo, que esses críticos parecem conhecer apenas pelos telejornais rurais da vida.

Por exemplo: bovinos são abatidos para que nos deem proteína e couro, o que é uma crueldade, sob a ótica desses especialistas; e também dos veganos (aliás, vi, dia desses, o anúncio de um 'sorvete vegano'; ora, se nem leite é permitido a esses adeptos, eu sequer me arrisco a imaginar como essa iguaria é feita). Mas, por outro lado, se esses bovinos não são abatidos, restam na Terra, reproduzindo-se e empesteando o ar com a perigosa flatulência, que nossa cientista Anitta 'Estácio de Sá' aponta aumentar os gases de efeito estufa em nossa atmosfera. 'Abater ou não abater, eis a questão', diria um nosso Shakespeare de Honório Gurgel.

Que bom que temos gente séria cuidando desse equilíbrio entre a picanha nossa de cada dia e os peidos de boizinhos e vaquinhas...

Por sinal, nesse aspecto do meio ambiente (ou do 'ambiente por inteiro'), enquanto aturamos críticas à tal destruição da Amazônia, temos a Alemanha dizimando florestas e vilarejos ancestrais para produzir carvão e intensificar o uso de termelétricas. Usinas atômicas sendo defendidas como amigáveis, vejam só, pelos 'verdes' da Finlândia! A Europa flexibilizando regras ambientais e agrícolas, para sobreviver. E americanos aumentando a produção de petróleo no Alasca, para prover o mundo de mais combustíveis fósseis.

Então, afinal de contas, quem está indo, de fato, de encontro aos sagrados mandamentos do planeta saudável, emanados, em muito, pela ciência do Velho Mundo?

A propósito, a título de informação e em meio a narrativas que escondem fatos importantes, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) nos revela que a captura de gás carbônico na atmosfera é maior pelo cultivo de milho e soja do que por reflorestamento. Ou seja: plantar mata dois coelhos com uma só cajadada, provendo comida e protegendo o planeta.

Vejo que somos bons nisso, aqui no Brasil, embora não acreditemos muito no nosso próprio taco...

Na verdade, o que temos são 'ecobabacas', como já li na imprensa especializada, não enxergando que a pressão internacional 'contra o desmatamento' é, na realidade, contra o desenvolvimento do agronegócio no Brasil, que é um dos mais competentes do mundo! E pela cobiça das riquezas minerais da Amazônia. Só não vê quem não quer.

Uma das lutas que travamos, neste momento, dentro da dicotomia que opõe o bem ao mal, é exatamente essa, que diz respeito ao futuro do nosso país. Continuarmos a ser o celeiro do mundo, alimentado uma de cada cinco bocas no planeta, com o melhor aproveitamento da terra e possuindo taxas espetaculares de preservação de recursos naturais e geração de energia limpa, do mundo! Sempre com absoluto respeito a quem labuta no campo e lá vive, muitos dos quais desde antes de os europeus aportarem por essas bandas. Europeus que, por sinal, sempre foram bem-vindos à nossa casa.

Defender o Brasil, hoje, é lutar pela soberania que nos querem tirar, usando falsos pretextos para justificar os ataques contra os valores e as riquezas que pertencem aos brasileiros.

É nos imbuirmos disso, ou entregarmos o suor de todo um trabalho àqueles que já mostraram não ter qualquer compromisso com o país, tendo olhos somente para se apoderarem do que é nosso.

Você está preparado para cerrar fileiras na defesa das conquistas que já tivemos e daquelas que os tempos vindouros nos reservam? Você está com a gente?

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Comentário simultaneamente publicado no Observador do Planeta e exibido em vídeo no YouTube, no canal InstantNews.1. 

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