Observador do Planeta

segunda-feira, 11 de julho de 2022

O que fizeram com a democracia?

segunda-feira, 11 de julho de 2022


Observo que a democracia, tal como nos acostumamos a ver e viver, adotada por um sem-número (a grande maioria) de países, está em perigo. A liberdade, em sentido amplo, e a vontade do cidadão vêm sendo sorrateiramente tiradas de todos, aos poucos, sem que esse processo, como um todo, seja percebido pela maioria das pessoas.

A tolerância natural que a vida em sociedade nos ensina a cultivar foi manipulada, para que direitos básicos nos sejam subtraídos, em troca de algum tipo de benesse intangível; ou em nome de uma causa maior, 'que nos deveria tocar a consciência coletiva', como a saúde, o bem-estar, o respeito a grupos quaisquer... E a própria liberdade, incrivelmente aquela que nos está sendo tirada!

Governos em todo o mundo vêm propagandeando a tal Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas: uma lista com 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, pretendidos de se alcançar nesse horizonte de tempo. Tudo muito desenhadinho, coloridinho, bonitinho, mas que oculta um objetivo, este sim, verdadeiro: minar a soberania das nações, sobrepondo um governo mundial àqueles legitimamente designados pelo desejo dos cidadãos de cada país, segundo suas tradições, sua história e seus anseios.

Que tipo de controle mundial se disfarça em meio a tanto palavreado técnico e tanto sentimento humanista, expressos naqueles 17 tópicos que oferecem o paraíso globalista na Terra?

Quem ganha com isso, de verdade? Seríamos nós?

Que mágica é essa, que os tiranos vêm praticando, que faz com que as pessoas os vejam como democratas? Será que o abominável experimento dos últimos dois anos ainda não foi suficiente, para que se perceba a fraude por trás do alardeado 'bem comum'?

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Faz tempo que a ONU e as demais organizações surgidas em seu bojo, após a Segunda Guerra Mundial, passaram a negligenciar o norte ético da proteção humanitária. Intervenções desastrosas em conflitos entre países, apoios a regimes pouco afeitos aos princípios democráticos e, em especial, a lida claudicante e pouco confiável com a crise da peste chinesa, pela Organização Mundial que deveria ser da Saúde, andaram desmoralizando a égide das Nações Unidas.

O discurso da Agenda 2030 é bonito, mas tem um problema: a ingerência crescente e não desejável sobre os assuntos internos dos países. Não há dúvida de que boas práticas sejam e venham a ser adotadas pelos países membros. Mas cada um deles deve saber como fazer a sua parte, sem uma tutela planetária, a título de demonstração de boa vontade.

A ONU foi criada buscando irmanar povos, auxiliar na conquista de seus objetivos comuns e lhes prestar assistência, quando se fizer necessário. Não para administrar nações em nome desses povos, que são soberanos.

A fraudemia de matéria plástica, como gosta de dizer o Jornalista Claudio Lessa, revelou verdadeiras tiranias em países até então insuspeitos de atentarem contra as liberdades dos seus povos. Austrália, França, Itália e Canadá foram algumas dessas ingratas surpresas. Todas tidas como exemplos de democracia, restringiram de modo draconiano as vidas de seus cidadãos e... Por que razão mesmo? Ah, para protegê-los da 'ameaça', invisível. Da peste? Não, do livre arbítrio!

Normas sanitárias foram vomitadas aos borbotões, sem ciência e sem critério, ditadas pela indústria farmacêutica, para que, por sua vez, a OMS, que sobrevive de generosos aportes dessas corporações, as ditasse, por meio de seus 'cientistas', a governos apavorados. Uma cadeia de obediência cega e burra logo se consolidou. Fique em casa; deixe o emprego; aceite ser sustentado pelo Estado, que lhe proverá a subsistência; use máscara; deixe-se inocular pelo que lhe for imposto; faça tudo isso não por você, mas pelos outros; e mantenha a cabeça baixa, para que a abrangência de sua visão seja convenientemente prejudicada. 

O primeiro-ministro britânico já sucumbiu, recentemente, aos desdobramentos da crise sanitária. Boris Johnson perdeu a confiança e o apoio de sua bancada parlamentar e a Rainha, agora, tem um problema. Evandro Mesquita, Fernandinha Abreu e sua trupe talvez dissessem, em uníssono: calma, Beth, calma! Ainda há alguns tiranetes para caírem. É questão de tempo, mas também de responsabilidade com as decisões coletivas, manifestadas nas urnas.

Alguns desses objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU tratam, por exemplo, de segurança alimentar: ODS 2, Fome zero e agricultura sustentável; ODS 6, Água potável e saneamento; e ODS 12, Consumo e produção responsáveis. O Brasil vem fazendo a sua lição de casa com louvor, produzindo para suprir os próprios brasileiros e também pôr comida em pratos de outras partes do mundo. Alimentamos, hoje, uma de cada cinco bocas do planeta! E sem prejuízo da preservação da sustentabilidade do mundo, graças ao pouco uso de terras destinadas à agricultura e à pecuária, em relação ao que se pratica em outros países.

Mas, mesmo com todo esse mérito, somos atacados pela mídia internacional, como se fôssemos os grandes predadores mundiais da Natureza. E tem brasileiro que prefere acreditar nisso a informar-se melhor e admirar o esforço que vem sendo feito, para que nos transformemos no Brasil que desejamos ser.

Esse erro de percepção tem atraído gente de pouco discernimento para junto da legião que apregoa o descrédito no país como solução para os problemas nacionais. Porque os espertalhões que fazem esse jogo precisam da sensação de derrocada, para tomarem o poder e, aí sim, tornar essa derrocada um fato consumado.

É contra isso que nós precisamos lutar! O Brasil precisa da confiança e da disposição dos seus filhos, para vencer essa guerra. Não se iluda: senão todos, são muitos contra nós. Mas, se quisermos, somos fortes e podemos vencer o desafio.

Como bem disse um amigo numa postagem, esses dias, você pode perder uma eleição na democracia, mas não pode perder a democracia numa eleição.

Você já se deu conta de que precisa tomar uma decisão fundamental, mais do que para o país, para a sua vida, no próximo mês de outubro?

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Comentário simultaneamente publicado no Observador do Planeta e exibido em vídeo no YouTube, no canal InstantNews.1. 

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Direito autoral x direito à informação

segunda-feira, 4 de julho de 2022


Observo que uma das formas de cerceamento da liberdade de expressão que se impõe às pessoas, modernamente, se prende à questão dos direitos autorais. Invariavelmente, temos postagens censuradas (ou ameaçadas de censura), nas mídias sociais, muito no Facebook ou no YouTube, porque haja trechos de obras que encerram propriedade intelectual, e esses provedores se imbuem do papel de defensores dos interesses dos autores, sem serem chamados a isso.

Não se trata de uma crítica ao direito autoral em si, mas à forma como isso vem sendo administrado - ou não administrado - hoje em dia. A menor exposição, involuntária, da imagem de uma pessoa ou de uma marca, ainda que fora do contexto do que se publica e sem que essa publicação seja danosa, pode sujeitar uma pessoa a processos por uso indevido da imagem; e, ao proponente da ação, beneficiar-se de um dinheiro fácil, em virtude de uma situação não intencional.

Será que, justo em tempos de comunicação avançada, com recursos tecnológicos em profusão e com o mundo sedento por informações, com cada vez mais voracidade, é correto que sejamos refreados em nosso desejo de informar e na nossa necessidade de saber, deste modo tão violento?

Quais são os limites da propriedade intelectual, por exemplo, de uma notícia? Seu aspecto perecível e seu valor como informação histórica não deveriam provocar que revíssemos o direito ao acesso a ela? Quanto vale uma matéria de jornal, no seu ciclo de consumo?

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'Muita coisa que está nos livros foi um dia notícia só. A História se faz no tempo, como a pedra se faz do pó.' Essas duas frases iniciais da canção composta para uma belíssima propaganda dos 150 Anos do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, em 1977, traduzem essa ideia: do fato jornalístico que se transforma em fato histórico. Hoje, é notícia; e amanhã, já será História.

Claro que a produção de notícia tem um custo. Pelo qual o veículo de informação é remunerado através da venda de exemplares (ou de assinaturas digitais), de espaços publicitários, de direitos de transmissão e outras formas mais. É parte de um cálculo complexo que define o preço de venda. Mas a partir de quando cessa, em tese, o valor da notícia como tal e surge o valor do fato histórico, de algo que ganhou espaço na linha do tempo? E que valores seriam esses?

Hoje, com a democratização dos celulares e do acesso às mídias sociais, um acontecimento na rua pode estar disponível para milhões de pessoas em poucos minutos. E transformar-se em pauta de jornal. Que vai trabalhar essa informação e devolvê-la a nós, cobrando pela visualização em sua edição online. Que curioso!

Voltando uns quinze anos no tempo, quando já tínhamos celulares, alguns dos quais dotados da função de registro em foto e vídeo, mas as mídias sociais ainda não tinham conquistado o nosso universo, era um pouco diferente. O flagrante de rua, como um acidente de trânsito, era mandado por nós para um jornal e, a critério do jornal, podia ser veiculado em sua edição digital e até na escrita, dado o crédito ao autor da foto, que nada recebia por ela além da fama pelo registro.

E, bem antes dos celulares, quando a tríade de comunicação se resumia a jornais e revistas; rádios AM e FM; e televisão aberta de sete canais VHF, esses flagrantes, quando obtidos pela perspicácia ou pela sorte de alguém com uma câmera fotográfica ou uma filmadora à mão, podiam valer uma fortuna e eram disputados pelos veículos de comunicação.

Dois casos emblemáticos no Rio de Janeiro, de um incêndio num ônibus na Tijuca, em 1993, flagrado por uma turista a quem restava uma chapa na máquina fotográfica; e do desabamento de um prédio no Flamengo, em 1975, que seria implodido três dias depois para a construção de um trecho do metrô, renderam um bom dinheiro a cada um desses 'jornalistas de ocasião',que tiveram a sensibilidade de captar e eternizar aqueles momentos.

Eu sou defensor da ideia de que se deveria estabelecer, por lei, gratuidade de acesso ao acervo dos jornais diários, para qualquer tipo de busca, a partir do momento que a notícia perca o seu 'prazo de validade'. Ou seja: no dia seguinte à sua publicação, baseado no 'princípio do jornal de ontem', criado por mim. Afinal de contas, quanto vale o jornal de ontem? Vale apenas o papel em que foi impresso, para fins de reciclagem, como forração genérica de superfícies com fins de pintura, ou, ainda, como banheiro de animais de estimação. Enfim, a notícia perde o imediatismo que lhe confere valor e vira um registro histórico. E morre junto o aspecto da propriedade intelectual que habilita essa comercialização.

Isso é parte da democratização da informação, da forma como eu penso.

Mas as chatices relacionadas à esse tipo de posse não param por aí. O marketing não intencional, nesse mesmo espírito da exibição de uma imagem fora do contexto, virou outra dor de cabeça, capaz de posturas absolutamente patéticas de algumas mídias. O que se vê nos dias de hoje são coisas como evitar dizer o nome do hotel onde está hospedada uma banda de rock que vai se apresentar num festival, não para preservar a privacidade dos integrantes, mas para não fazer propaganda gratuita do estabelecimento! Ou, em meio a uma matéria jornalística, borrar a marca do boné ou da blusa de um entrevistado, pela mesma razão! Neste segundo caso, fica ainda pior, porque se está violando a realidade, já que parte da situação mostrada está sendo apagada como registro, não importando o que seja.

Desviar a câmera para não mostrar, até tudo bem. Mas cobrir uma marca com efeito especial é, literalmente, tirar o foco. Aliás, nosso jornalismo anda precisando mesmo trocar de óculos: quando não enxerga errado, mostra-se cego a um monte de evidências que estão na sua cara. Um olhar que tem sido nocivamente seletivo, nos últimos tempos.

Parece não existirem limites éticos em relação a tudo isso. Ao que se vê, ao que se faz questão de não ver e, principalmente, ao que não existe, mas que se quer que seja visto como se compusesse a realidade visível.

A novidade mais recente, noticiada neste fim de semana, fica por conta de um comunicado do Google relacionado à questão da posição da suprema corte americana sobre o aborto. O portal anunciou que vai eliminar, do histórico das pessoas (aquele que ele faz com o Google Maps, em cima do rastreamento georreferenciado do celular na 'linha do tempo', quando habilitado pelo dono do aparelho), todas as idas que elas tenham feito a clínicas de aborto. Ou seja: uma intromissão, através de alteração da realidade, que tem por objetivo, segundo a empresa, o resguardo da privacidade.

Claro que compreendemos, não é, Google. O confinamento obrigatório e a coerção à vacinação contra a peste chinesa, sob pena de restrição a ter acesso ao próprio trabalho e a serviços públicos, até atendimento hospitalar de emergência, também foram feitos com o intuito do bem comum, da preservação da saúde e das vidas de todos, da garantia da normalidade do mundo.

O inferno está cheio de boas intenções. E o capeta só está de olho na galera aqui, com as ações de cunho social de uma meia dúzia de poderosos.

E você, tem percebido essa manipulação, em relação ao que você deseja para a sua vida e à sua percepção das coisas à sua volta?

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Comentário simultaneamente publicado no Observador do Planeta e exibido em vídeo no YouTube, no canal InstantNews.1.