Observador do Planeta

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Dos absurdos

segunda-feira, 23 de maio de 2022


Observo que vivemos tempos de contrassenso generalizado, em que a falta de conexão com a realidade e com a verdade das coisas vem sendo instrumentalizada por pessoas de forte apelo e poder de convencimento, tornando-as poderosas - e perigosas - formadoras de opinião.

Quem também observa isso é o comunicador e escritor americano Dennis Prager, no texto A Era do Absurdo, publicado no último dia 3 de maio no The Daily Signal, um portal conservador de notícias da mídia política americana, editado há 8 anos. O comentário foi reproduzido na Gazeta do Povo, no dia 11, e foi ainda o assunto da semana passada do programa Os Quatro Elementos, aqui do canal InstantNews.1.

Programa de cujo debate eu fui privado, pela concessionária de energia, que me deixou sem luz por quase uma hora, desde 10 minutos antes do início da transmissão, até 10 minutos depois do encerramento. Numa noite sem perturbação meteorológica.

Feito meu 'agradecimento' à Light Serviços de Eletricidade, por seu primoroso serviço ao consumidor carioca, vamos deixar este e passar para os onze absurdos listados pelo colunista, em cima dos quais eu não quero deixar de tecer as minhas considerações.

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Na esteira da farsa da pandemia, que paralisou países e cérebros pelo mundo, 'dona ciência' foi vilipendiada, prostituída, torturada, enfim, reduzida a subnitrato de pó de titica, diante de afirmações as mais escabrosas, sobre tudo e qualquer coisa. Pois não é que são logo os que se proclamam cientistas que têm vindo a público contestar fatos e comprovações que a ciência já consagrou? E sobre as quais não cabe retrucar?

A Biologia humana estabelece que os sexos são dois e a perpetuação da espécie se dá, única e exclusivamente, pela interação dos opostos. E mais: que cada sexo exerce um papel nessa história, indelegável e não intercambiável. Por mais que surjam narrativas vazias e os lacradores de plantão queiram impor um modus operandi diferente, simplesmente não rola. O que significa que apenas mulheres são fisiologicamente aptas a menstruar, engravidar e parir. Estes são papéis reservados à fêmea da espécie, que é essencialmente diferente do macho.

E não há procedimento cirúrgico nem tratamento hormonal ou psicológico, nem feitiçaria, que transforme ele em ela, ou ela em ele. Na vida, no trabalho no esporte e, acredite, também na mui querida Língua Portuguesa, que fique claro que é assim que acontece, gostem os indecisos e neutros de ocasião, ou não.

Desde o momento mágico da união do masculino ao feminino, que define o início da vida, temos esse destino traçado. Pertencemos apenas a uma de duas opções possíveis. E quem diz isso não é o Marcelo nem o Dennis: é a ciência. A verdadeira.

Uma vez combinado assim, vamos à questão da raça. A raça humana. Esta, sim, é superior, por sua capacidade inata de perceber o mundo e atuar com o intelecto, a faculdade de compreender que põe a espécie humana na condição de dominar as demais. Deste modo, nada distingue um ser humano do outro, em termos de compleição física. E isso inclui a cor da pele, constantemente usada como fator para comparações destituídas de sentido que, mais uma vez ela, a ciência, a autêntica, não respalda nem endossa.

Para usar uma das palavrinhas da moda, pela qual eu pessoalmente não nutro qualquer simpatia, somos, o Brasil, talvez o melhor exemplo de concretização do que se convencionou chamar de 'diversidade'. Temos gentes dos mais variados lugares do mundo aqui, em constante processo de miscigenação, num verdadeiro laboratório vivo que vem produzindo o mais rico dos povos. Somos essencialmente mestiços e devemos nos orgulhar disso!

E é fato, também, que a vida em sociedade pressupõe regras, para que exista um convívio saudável. Por exemplo: produzimos e dividimos riquezas, para atender as demandas que temos e que os outros têm. O alimento e as roupas que me são fundamentais não são produzidos diretamente por mim mesmo, mas eu contribuo, seja na compra desses itens ou no pagamento de impostos, com essa produção. É por essa razão que o capitalismo se impõe como um sistema eficaz de prover as coisas às pessoas, no qual todas participam com o que lhes cabe. Ao que me consta, não se descobriu, ainda, forma melhor de organizar a cadeia produtiva, de modo a suprir as nossas necessidades.

Falando nelas, duas outras necessidades, não tangíveis, que as pessoas têm e que são lembradas por Dennis Prager, são a liberdade de expressão e a garantia da segurança pessoal e patrimonial. Ao contrário do que se pode pensar, a verdadeira liberdade de emitir opiniões inclui até o discurso virulento, costumeiramente chamado 'de ódio'. Para evitar que esse tipo de expressão do pensamento ganhe proporções indevidas, deixando o terreno do razoável, existem as leis e a Polícia, como instituição do Estado para fazer cumpri-las. Não se pode abrir mão da possibilidade de externar, responsavelmente, o que se pensa, tanto quanto não se pode prescindir de uma força pública que contenha os abusos e as arbitrariedades que comprometem o equilíbrio das boas relações, que deve nortear o dia a dia da coletividade.

Você concorda que absurdo, mesmo, é pensar que nós tenhamos que abdicar de convicções, preceitos morais e até do direito de escolha, para sermos agradáveis ao discurso de gente sem resquício de inteligência, totalmente sem noção de que o mundo não gira em torno de suas verdades pessoais?

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Comentário simultaneamente publicado no Observador do Planeta e exibido em vídeo no YouTube, no canal InstantNews.1. 

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